Origens
Origens
Natural de Moçambique (22/03/72), vim para cá em ‘74(se não estou em erro), ainda muito pequeno portanto, e de lá nada me recordo, sei que se perdeu muita coisa ou quase tudo.
Vivi praticamente sempre numa vivenda (“pertença”) dos meus tios, irmã da minha, mãe.
Somos 5 irmãos, sendo eu o mais novo, de país diferentes (a minha mãe casou-se duas vezes)
Minha mãe foi professora por formação e adoração, tendo a minha irmã a única que seguio o mesmo caminho e pelo qual a minha mãe tanto se orgulha. Literatura e escrita é com ela mas até hoje sem resultados palpáveis a nível de vendas. Situação que embora sentindo que têm valor, tem alguma frustração. Pessoalmente penso que a sua escrita é demasiadamente “pesada” não muito acessível. E muitas vezes discutimos a esse propósito e não só..No entanto acho que herdei dela algum jeito para a escrita, alguma concordância a nível político, falta de capacidade de falar em público e pelos vistos para os resultados.Estamos constantemente a entrar em discussão, até ela chegar a um ponto de maior baixo nível quando me ofende sem razão.Reconheço que me tem ajudado, como a todos os outros, mas estou sempre sujeito a chantagem e ao apontar de culpas por me fazer sentir que eu é que a desiquilibro financeiramente.Nunca reconhece ou diz-se não se lembrar da tortura fisico-psicológica que me faz/fez passar...
Quanto ao meu Paí , do que sei foi sempre funcionário público e pretendia que os seus filhos seguissem as mesmas pegadas, da minha parte sempre contestou a minha mania em querer ser empresário. Raramente tivemos uma relação mais amistosa. Não lhe conheço nenhum grande feito exceptuando ter junto bastante dinheiro com poupança, mas claro com um esquema que lhe foi favorável. Certamente me deu ajudas com muita contestação.Ainda me lembro quando era adolescente e quis ir trabalhar, ele não gostou nada tendo-me inclusive levantado uma cadeira de madeira para me dar em cima, escapei por pouco(tive que suplicar) e a minha mãe conseguio aliviar a sua intenção.Por vezes sinto da parte dele alguma raiva, desprezo para não dizer ódio por mim.Para além de maus tratos físicos, as únicas palavras que me lembro ter dito foram:"desapareça!, imbecíl! e porcalhão!"(como sua marca registada).Costumava-me dizer :"Eu nunca tive Pai(pois morreu cedo) apontando-me "baterias", chego à conclusão que acabou por me fazer o mesmo, estando vivo...
Os restantes seguiram caminhos diferentes, hoje estão mais ou menos estabilizados, de diferentes maneiras. Embora a minha mãe ainda hoje dê suporte financeiros a todos , com maior ou menor peso.
São todos diferentes de mim nas suas vivências familiares e sociais e amorosas..Quando era novo tinha grande gosto pelo meu irmão do meio, por me ter orientado um pouco na minha vida social e amorosa, em contrapartida teve atitudes menos dignas, chegando a dizer, enrraivecido:"Eu quero que tu morras!", e quando a minha EX se separou:"Mas quem é que pode amar uma pessoa como tu?".Embora não me lembre, gosta de recordar que eu descia as escadas da vivenda a murro e a pontapé!
Concluindo por isso que fiquei eu “na eterna” falha de resultados. E sujeito constante às críticas dos meus país, que me culpabilizam pelo desastre..
Julgo que poderiam pelo menos pensar ou terem dito que pelo menos tentei.
Embora a minha mãe se queixe do resultado dos seus filhos, cheguei a dizer-lhe que poderia ter sido bem pior pois nenhum se meteu em coisas que prejudicassem (como a droga)
Como devem compreender o meu desespero nestes anos todos foi grande...
Por respeito e amor próprio, decidi-me desligar da minha família (recentemente), algo que nem faz grande moça pois normalmente , já me sentia à parte.Não irei mais procurá-los (coisa que já acontecia) custa-me apenas distanciar-me da minha mãe (por mutivos óbvios), não é fácil, mas penso que estou-me a adaptar.Não digo com isto que não os queira mais receber , mas apenas se vierem por bem.
Comentários
Enviar um comentário